Nessa semana, comemoramos datas muito importantes para a agricultura familiar. Primeiro, a comemoração de 15 anos da criação da Lei que instituiu a agricultura familiar no Brasil (Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006). Em 25 de julho celebramos o Dia Internacional do Agricultor Familiar. E, por fim, no dia 28 de julho, o Dia do Agricultor.
É importante destacarmos o crescimento da presença feminina nos diversos setores. Na agricultura familiar não tem sido diferente. As mulheres têm desempenhado inúmeras funções: trabalho braçal e operacional, trabalhos de pesquisa e laboratório, operação de máquinas, atividades de comando (seja de comando de lavouras ou de equipes de trabalho). E como sempre, elas têm deixando marcas muito peculiares, como por exemplo a organização e o bom relacionamento interpessoal com as equipes.
O empoderamento feminino na agricultura é uma realidade. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), atualmente, 60 milhões de mulheres trabalham no campo na América Latina e Caribe, cumprindo papel central na produção e abastecimento de alimentos. Na região, elas são responsáveis pela produção de 60% a 80% dos alimentos consumidos.
De forma geral, o agricultor e a agricultora familiar deixaram de ser tratados como aqueles que produzem apenas para subsistência e passaram a ser vistos como representantes do agronegócio familiar. O que de fato são, uma vez que a agricultura familiar é a principal responsável pela produção de alimentos no país. Segundo dados oficiais da FAO, no Brasil, os agricultores familiares – apesar de ocuparem apenas um quarto da terra agrícola – produzem 87% da mandioca do país, 69% do feijão, 59% dos porcos, 58% dos lácteos, 50% dos frangos, 46% do milho, 33,8% do arroz e 30% do gado.
Embora a presença feminina na agricultura tenha se tornado crescente, ainda há espaço para expansão em algumas funções estratégicas, como as de direção, por exemplo. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 1 milhão de mulheres dirigem propriedades agrícolas no Brasil, o que representa 20% do total de estabelecimentos rurais.
Entre o Censo Agropecuário de 2006 e 2017, houve um crescimento de mulheres à frente de negócios agropecuários. No entanto, devido ao tamanho do agronegócio familiar, ainda temos espaço para crescer.
Porém, temos que ser otimistas, a realidade está mudando e para melhor! Quando eu iniciei o curso de Engenharia Agronômica, em 1994, não chegávamos a 10% dos inscritos. Hoje, segundo o sistema Confea-Crea, o número de engenheiras agrônomas é de aproximadamente 20% do total de graduados. A proporção de mulheres nos cursos de Agronomia tem crescido consideravelmente.